Olá a todos e agradeço a quem poder dar opinião a este desabafo.
Já não é a primeira vez que estou a criar um tópico deste género, mas começo a sentir me um pouco desamparada digamos.
Estou separada há quase 6anos e tenho um filho de 8anos.
Após alguns anos de violência psicológica, falhas por parte do pai ao filho (em termos escolares, incumprimento de acordo parental, dia a dia, atividades...), apresentei queixa na Gnr e dado a esta situação a CPCJ foi informada.
Depois de ter estado na cpcj senti que o que eles querem é que os pais se consigam dar bem em prol da criança ( e até aí tudo bem), no entanto os problemas que vêm para trás pretendem diminui los ou dizer "é passado". Estou a falar de um pai que arranjou problemas com o acordo parental, que se esqueceu do filho na escola, que aparecia na minha casa para vir buscar o filho fora de horas, sem avisar quando o voltava a trazer, que falava mal de mim ao miudo, manipulações psicologicas.. enfim, vários problemas. Senti-me bastante chocada com o facto de desculparem o pai e para eu lhe dar mais uma oportunidade. Eu honestamente num ato de burrice, aceitei alteração do acordo parental porque na boa fé sabia que o pai tinha os mesmos direitos. O pai só ficava 3 dias com a criança e agora temos guarda partilhada. O problema é que as coisas não melhoraram. Eu cheguei a receber ameaças do pai e da atual companheira, mensagens da companheira nas plataformas online porque ela não me largava (a mandar me fotos do meu filho e do que faziam, a ameaçar me por mensagens, a dizer me o quão má mãe sou), e eu sempre ignorei. Não quero ter nenhum relacionamento com ela porque ela já me ofendeu várias vezes e já me ameaçou à frente do miúdo entre outras coisas. Por isso apenas espero que o meu filho seja bem tratado por ela mas eu não quero ter amizades com ela.
A minha questão é: a cpcj sabe dos problemas todos que eu passei, dos dias que chorei, do cansaço que levei e que ainda tenho por tentar ter uma relação cordial com o pai do meu filho sem bocas e stresses (eu não sou feita de ferro e também cheguei a mandar bocas, muito pelo facto dos problemas que tivemos com o miudo e as falhas do pai), e a resposta é que temos de arranjar estratégias para uma compreensão e mudar uma ou outra coisa no acordo e o que está para trás é "roupa suja" e temos de esquecer. Isto é normal? Estarei eu a ser tão complicada? Quando só quero o bem para o meu filho e peço paz, sossego e alguma compreensão. Não quero tirar a guarda partilhada ao pai, mas ao mesmo tempo sinto que não tomei a melhor decisão em colocar as coisas 50/50 porque o pai para além de imaturo é problemático.
Sinto-me muito cansada e sem ajudas e farta de ouvir "ai se soubesse como estão outras familias, e nas condições que vivem e os problemas que têm". Só estou a tentar proteger o meu filho.
Peço 1000 desculpas ao testamento.
Lamento muito, e sei que não é isto que queria ouvir, mas sim, isso é normal.
Num divórcio/separação, há sempre muito ressentimento de parte a parte e no fim quem sofre são os filhos. Os pais têm de ser adultos suficiente para zelar pelo interesse da criança, que é o direito a uma infância "normal", sem ser arma de arremesso entre 2 adultos que deveriam estar preocupados com o seu bem estar e não focados em vinganças e ressabiamentos.
A CPCJ, a policia e até os tribunais estão cheios de casos de queixas (verdadeiras ou falsas) de agressão e maus tratos de um dos progenitores. E muitas vezes, o outro progenitor faz queixa à espera que as autoridades vão "ralhar" com o progenitor. Mas isso não vai acontecer, a não ser que algo extremamente grave tenha acontecido.
A única coisa que pode fazer é aconselhar-se com um bom advogado se pode fazer algo. E mesmo assim, se puder fazer algo, esse algo irá demorar meses e anos a acontecer.
Queixas de "roupa suja" os tribunais estão cheios e eles vão interpretar isso como imaturidade de ambos os progenitores.
A única coisa que pode fazer é cumprir a sua parte, ser madura e ignorar bocas e manipulações e caso algo de grave aconteça, deixar registado e aconselhar-se com um bom advogado.
Tudo o resto, são coisas que as autoridades estão fartas de receber e vão simplesmente ignorar, pois em muitos dos casos, são queixas fictícias com o intuito de prejudicar a outra parte por vingança.
Olá Adelia,
É verdade, os pais muitas das vezes são os culpados (algo que me culpabilizo também), eu ignorei por anos tudo o que me foram fazendo e cheguei ao meu limite, porque todas as mensagens/e-mails que ia recebendo era com ódio, desdém e de ataque foram demais e eu não sou saco de pancada, inveja ou ódio. O pai esquece-se que cuidei do filho quase sozinha durante anos perante todos os esforços e nunca usei a criança como arma de arremesso. Apenas protege-lo e pedir organização na vida do pai para acertar horas, dias, e não ter estes problemas de se esquecer do menino na escola que foi o que mais me afetou.
O meu advogado no inicio e apesar de termos aceite alterar o acordo disse-me que isto era apenas para o pai não pagar a pensão de alimentos, já tinha mais casos destes pelas mesmas razões, porque as falhas, bocas, ataques, iam continuar e a presença do pai iria ser sempre mínima e a cuidados de outras pessoas. Dito e feito.
Infelizmente nós não nos conseguimos dar bem, não conseguimos mesmo, eu apenas falo com ele quando é necessário e apenas sobre o menino, ou seja, informações escolares, notas, e nada mais.
Tenho plena consciência que o menino precisa de estabilidade emocional mas também sei da manipulação e lavagem que leva quando está com o pai, a própria criança o diz. E vai ter de ser ouvida pela cpcj. Na esperança de que as coisas acalmem algum dia.
Eu entendo bem. Eu conheço um caso muito semelhante, com a agravante que a parte "maluca" é a mãe e ela tem a custódia exclusiva.
A mãe é completamente maluca, já fez montes de coisas completamente alucinantes, imensas situações de negligência, situações que inclusive envolveram a policia. O caso foi até à CPCJ, que emitiu uma recomendação para se mudar a custódia para o pai e no fim, quando chegou a tribunal, o juiz disse: "se não situação de drogas, então está tudo bem".
E essa mãe, chegou na fazer queixas fraudulentas sobre o pai, chegou a dizer que era vitima de violência por ele, coisa que era totalmente mentira.
No fim, tudo ficou em "águas de bacalhau" e os filhos cresceram num ambiente completamente desregrado.
Por isso lhe digo aquilo que já lhe disse no outro post: o seu maior erro foi ter permitido a alteração da guarda, pois agora, está de mãos e pés atados a não ser que algo bem grave aconteça.
Meu deus, que péssima situação que detalhou.
Comigo é o contrário mesmo, e estou a ser sincera, é o pai e a madrasta, a madrasta é louca e o pai igual (só se estraga uma casa), no entanto eu morro por dentro quando fico 7 dias sem o miúdo. Custa me imenso mas pronto, tem de ser.
Sinto-me mesmo estúpida por ter aceite esta alteração! Foi mesmo em boa fé e por achar que os problemas iam acabar, mas parece que ficou 5 vezes pior.
Separações quando existem filhos em comum são sempre complicadas. Nada irá apagar o que viveu por mais anos que passem, mas é preciso saber lidar com a situação, acho que já aconselhei num tópico anterior a que procure ajuda para si (psicologo/psiquiatra) para a ajudar a resolver esses conflitos interiores que a atormentam, para seguir com a sua vida em frente e ter estabilidade na sua nova relação.
Quanto à guarda do vosso filho é cumprir o que estiver estipulado, já sabe que da outra parte não existirá abertura para actividades extra ou gastos extra, deve ignorar provocações da outra parte e se existirem mensagens ofensivas deve fazer print screen de tudo para futuramente se defender em tribunal ou CPCJ.
Por muito que lhe custe a separação do seu filho durante a semana que está com o pai, o unico factor a ter em conta é se tratam bem do seu filho (higiene, alimentação, carinho, educação). Se o seu filho não se sente bem em casa do pai, ele deve mencionar isso às tecnicas da CPCJ ou se alguma vez for ouvido em tribunal.
Não pode ocupar a sua mente a pensar no que dizem de si na sua ausência, tem de libertar-se dessas amarras do passado, caso contrário irá afectar a sua relação actual e irá criar ansiedade nos seus filhos.
Olá Sonia, e obrigada pelas palavras.
Quero só deixar escrito que o que aconteceu no passado, aconteceu até dezembro do ano passado, portanto por muito que queira eliminar estes afrontos, eles aparecem. Não por minha culpa mas sim porque as pessoas com quem lido (pai e madrasta) são assim mesmo, gostam deste tipo de "telenovela" e confusão.
Procurar ajuda é sempre uma opção mas de certa forma comecei desta maneira, apresentar uma queixa pois já tinha sido informada pelo advogada a fazer caso isto não parasse.
O meu filho vai ser ouvido pela CPCJ.
Felizmente não passo os dias a pensar neste problema, eu estou bem resolvida, a minha relação atual é muito feliz.
Eu só quero mesmo é o bem do meu filho e que de certa forma não eliminem o facto dos erros que o pai cometeu anteriormente e que ainda vai cometendo. Porque estes erros causaram muito mau estar e se eu sou mais protetora do menino é por estas razões. Obrigada mais uma vez 
Bom fim de semana.
