Minha querida, não imagino o que é estar no teu lugar. O que nós fazemos pelos nossos filhos, só nós sabemos o que sofremos mas no final tudo vale a pena. Um dia vais recordar como um parto difícil mas que valeu a pena. No final, o que conta é que ambas estão bem de saúde e só desejo a maior das felicidades.
Beijinhos.
Queridas mamãs e futuras mamãsJá não vinha ao fórum há mais de duas semanas, e perdoem-me se não consigo ler os mais de 600 comentários aqui deixados.
Infelizmente, as duas últimas semanas foram deveras complicadas.
Depois duma ida às urgências, com uma comichão instalada no corpo todo, bem como na zona da vulva, o que me estava a preocupar imenso, pré-diagnosticaram-me uma colestase gravídica e a médica das urgências, não tendo meios para confirmar a patologia (requer uma análise aos ácidos biliares que não fazem no hospital), recomendou-me que no dia seguinte voltasse ao hospital, à consulta pré-natal, onde já estava a ser seguida, para que me fizessem a colheita de sangue para mandarem para análise.
Infelizmente, no dia seguinte, já não sai mais daquele malfadado hospital. O médico disse que apesar de não estar confirmada a colestase, as minhas análises ao fígado estavam alteradas e como havia um pré-diagnóstico da patologia não me deixava sair mais dali sem a bebé nascer, pois a consequência extrema da colestase é a morte fetal... Fiquei em pânico, completamente em transe, pois não estava à espera de nada daquilo, mas tudo plo bem dos nossos filhos.
Colheram-se sangue, o resultado demorou alguns dias a chegar e o plano era caso viesse positivo, induziam o parto, apesar do meu colo do útero estar fechadíssimo. E assim foi, infelizmente, pois sempre desejei um parto natural e espontâneo, mas as coisas nem sempre são como queremos.
A primeira indução correu mal, depois de 24horas a sofrer, o colo do útero manteve-se intacto. Contrações atrás de contrações, toque após toque e nada de entrar em trabalho de parto.
No dia seguinte, mandaram-me novamente para o internamento para descansar. E bem que precisava, pois o plano B, era tentar novamente a indução, a segunda indução.
E no dia seguinte, lá voltei eu para o bloco de partos, para tentar novamente que o meu útero se decidisse a ceder. Depois de 24 horas num sofrimento atroz, fazem o toque e o colo estava intacto. Desejei uma cesariana, chorei imenso pois as dores estavam a tornar-se insuportáveis e eu só pensava que se fosse um parto normal não teria forças para ajudar a minha filha a nascer. Os médicos não foram apologistas da cesariana. E toca de fazer mais um toque maldoso, com a chamada manobra de stripping. Foi então que o colo decidiu ceder, abriu e fiz 4cm de dilatação no espaço de meia hora. As dores eram horríveis, pedia anestesia e logo a seguir aumentavam a potência da oxitocina.
Por volta das 14h30m doa dia 27 de Janeiro, começo a sentir uma pressão enorme na vagina, uma vontade brutal de evacuar e contrações ultra dolorosas. Quando verificaram, estava com 8/9cm de dilatação. Levaram-me imediatamente para a sala de partos, onde completei a dilatação e onde, depois de mais de 3 horas nascia a Maria, linda, perfeita, com 3,030kg e 48cm, com o apoio de duas médicas, enfermeiros, estagiários e o chefe do serviço de obstetrícia.
Depois disto tudo, estava feliz. Não fosse uma possível infecção na Maria ter ensombrado novamente as nossas vidas. Derivado a ter estado mais de 20h com a bolsa rota, a Maria podia ter sofrido um ataque duma bactéria no seu frágil organismo. Tivemos de permanecer no serviço internadas, mais 5 dias. A minha filha foi picada para colherem sangue, para lhe serem administrados antibióticos, para verem níveis de glicémia, enfim... Como se não bastasse, teve de fazer fototerapia por causa da Icterícia.
Foram as duas piores semanas da minha vida. Depois duma gravidez sem qualquer tipo de problemas, o seu fim e o começo de vida da Maria foram do mais atribulado que há.
Mas agora estamos em casa, felizes e a adaptarmo-nos a esta nova vida.
Desculpem o testamento, mas não podia deixar de vos vir contar o meu parto, depois de tantos meses em que nos acompanhamos mutuamente.
Espero sinceramente que corra tudo bem convosco e vou continuando a passar por aqui.
Beijinhos a todas