
Se a infertilidade já é uma certeza, a fertilização in vitro poderá ser uma solução. Este método implica que a fertilização seja feita fora do corpo: o óvulo é fecundado pelo espermatozóide numa espécie de pequeno recipiente de vidro (de nome proveta), num ambiente controlado; sendo esta considerada uma técnica de reprodução assistida. Esta técnica é realizada em ambiente laboratorial colocando in vitro um número significativo de espermatozóides à volta de cada ovócito, procurando desta forma obter embriões de qualidade a transferir posteriormente para a cavidade uterina.
O primeiro bebé “feito” desta forma nasceu em 1978 na Grã-Bretanha, sendo considerado o primeiro “bebé proveta” do mundo.
Fases e efeitos secundários
Antes de poder optar por uma fertilização in vitro deve fazer uma série de exames físicos, para verificar se é uma boa candidata a este tratamento de infertilidade. Se for aprovada passar-se-á o seguinte:
Inicialmente será necessário tomar medicamentos que suprirão a actividade dos ovários, é habitual inalar um spray de hormonas durante cerca de 21 dias. De seguida tomará uma série de injecções que irão estimular os ovários, que os levarão a produzir mais óvulos. O processo é controlado por análises sanguíneos e por ecografias. Esta fase implica sintomas como: transpiração excessiva, rubores, tonturas, insónia e secura vaginal.
Na fase seguinte os óvulos são retirados pelo menos 1 hora antes de ocorrer a ovulação. Logo que os folículos estejam prestes a libertar os óvulos é-lhes aplicada uma injecção de gonadotrofina crónica humana (HGC) para estimular a ovulação que fará libertar os óvulos e que irá permitir a sua recolha por aspiração. Esta injecção implica sintomas semelhantes aos da tensão pré menstrual como: tristeza, inchaço, cansaço, ansiedade e um mau estar geral.
No momento de recolher os óvulos é aplicada uma anestesia local, e com uma agulha muito pequena serão aspirados alguns óvulos. Esta agulha é inserida usualmente pelo topo da vagina ou pelo abdómen. A recolha de óvulos, devido à anestesia e a todo o processo, implica dores nos ovários, bem como no abdómen.
De seguida os seus óvulos e os espermatozóides do seu parceiro (obtidos após uma colheita de esperma sendo normalmente sujeitos a algum tratamento prévio) são colocados juntos para serem fecundados. Durante os dias seguintes, os óvulos fecundados irão dividir-se e tornar-se-ão embriões. A transferência de embriões é um processo emocionalmente desgastante devido à carga emocional que esta fase implica, para além de poder implicar dores nos seios e em todo o abdómen.
Prepare-se emocionalmente
Se optar pela fertilização in vitro deverá estar acompanhada por alguém que a apoie a nível emocional, e por vezes o parceiro não é suficiente; pedir ajuda psicológica poderá ser uma solução. A fertilização in vitro tem bons índices de sucesso, mas por vezes serão necessárias diversas intervenções que poderão ser dolorosas e emocionalmente desgastantes. Este tratamento é usualmente um tratamento dispendioso, por isso, saiba quando deve parar, nem que seja fazer um interregno emocional até decidir iniciar um novo tratamento.